Foto: Thalles Campos/Divulgação |
Já está à venda meu primeiro romance, Virose. Só R$ 25 no site das Lojas Singular e Livraria Saraiva (clique nos links). Seria bacana se vocês, que curtem literatura, pudessem ler. E se quiserem opinar depois... Daí, seria demais!
Bom, só posso dizer que é o que amo fazer... Estou faceiro com o resultado. E só pelo carinho que recebi nesse meio tempo, já valeu.
Virose é publicado pela Bartlebee, de Minas Gerais. A edição foi de Daniel Valentim, responsável pela editora. A capa do livro é do fotógrafo Ramiro Furquim, que colabora com diversos veículos e sites de notícias, como Sul21, Globoesporte, entre outros. A orelha foi escrita pelo jornalista cultural Lucas Colombo, do site Mínimo Multiplo, que também colabora com diversas revistas e sites, como Continente Multicultural, Revista da Cultura, Uol, entre outros.
Dentro de alguns dias, o livro também estará disponível em outros locais.
Dois trechos de Virose
"Por fim, os tiras cobriram o corpo. Retiraram as fitas de isolamento do local e conversaram entre eles, talvez agendando um encontro para mais tarde, quem sabe uma cerveja e umas fritas? Cairiam bem, naquela noite fresca. Dentro de algumas horas fotografariam outro defunto baleado ou envenenado. Seus trabalhos banais, como fazer pizza, escrever notícias, pintar quadro, atuar em filmes de ação. Eles estavam acostumados. As pessoas talvez não entendessem. As pessoas, aliás, não entendem muita coisa. Com o desfecho, resolvi entrar na pizzaria vermelha de sangue seco. O pizzaiolo e a caixa mostravam-se desolados. Seria trabalhoso limpar tudo. Seria trabalhoso apagar aquele dia da memória. Não era problema meu. Dei as costas, ainda consegui espiar o carro do Instituto Médico Legal que partia. Não tinha mais nada para ver. Nem para lamentar. Fui para meu apartamento".
Página 26
"O pai maldizia a Deus e a mãe rezava em silêncio. Os vizinhos consolavam as crianças, que não compreendiam o que acontecia ali. Muitos tentavam explicar o que ocorria. Contudo, eles não podiam mais encontrar nenhum sentido para aquele sofrimento, nem culpa nenhuma. Não entendiam como podia Deus, uma força bondosa e justa, levar alguém tão cedo. Qual era o motivo? O que se passava com Ele? Não havia sentido no sofrimento e na morte de uma criança pura. Era o que muitos ali, diante do caixãozinho, pensavam. Todos queriam saber o por quê. E Deus decerto que não poderia ser mau. Então, qual era Seu plano, haja vista que Ele tem um plano para tudo e todos? Ninguém sabia responder, ninguém sequer desconfiava da existência de uma resposta. Teria Deus dado as costas para aquela família pobre? Logo ele, que guiava e vigiava o caminho dos menos afortunados. Era mais fácil e confortável pensar que a criança tenha virado um pedaço de céu azul. E o céu estava, no momento do velório, azul".
Página 86