- Escrevo porque tenho medo. Escrevo porque
não sei guardar segredo.
- Que papo mais de mulherzinha! Achei que
você escrevesse porque não tem uma arma. Porque tem vontade, mas não pode matar
um homem. Então, nem vou perder tempo com teu livro.
- Mas nem se eu quisesse poderia ter uma
arma. É ilegal...
- Eu sei, tudo é ilegal em nossa cidade.
E os dois assim seguiram. Imóveis naquela
esquina deserta, consumindo doses acavalares de urros contidos. No céu, uma lua
de boca triste clareava alguns restos de lixo e folhas secas.
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