domingo, 19 de julho de 2015

Um Pouco de Porto Alegre


Às vezes, quando caminho pelo Centro, tenho a impressão que Porto Alegre é uma cidade de almas penadas, de almas pesarosas, de seres cansados de sonhar. Homens e mulheres sem nenhuma possibilidade de fuga. Personagens de versos de Lupicínio Rodrigues, sobrevivendo fora de suas canções, escondendo seus dramas dentro de capotes ou sob guarda-chuvas.

Suas pegadas deixam uma frustração e uma melancolia marcadas nas calçadas. Até as lojas e centros comerciais são lúgubres em Porto Alegre. Tudo se dissipa e se renova rapidamente sem deixar de ser a mesma coisa.

Pressinto que os porto-alegrenses tem pressa, mas não tem onde chegar. Amanhã, cruzarei com eles outra vez. E esse sentimento idêntico vai me assolar.

Porém, acredito que se eu vivesse em Montevidéu  ou em Praga teria essa mesma impressão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário