Às vezes, quando caminho pelo Centro, tenho a impressão que Porto Alegre é uma cidade de almas penadas, de almas pesarosas, de seres cansados de sonhar. Homens e mulheres sem nenhuma possibilidade de fuga. Personagens de versos de Lupicínio Rodrigues, sobrevivendo fora de suas canções, escondendo seus dramas dentro de capotes ou sob guarda-chuvas.
Suas pegadas deixam uma frustração e uma melancolia marcadas nas calçadas. Até as lojas e centros comerciais são lúgubres em Porto Alegre. Tudo se dissipa e se renova rapidamente sem deixar de ser a mesma coisa.
Pressinto que os porto-alegrenses tem pressa, mas não tem onde chegar. Amanhã, cruzarei com eles outra vez. E esse sentimento idêntico vai me assolar.
Porém, acredito que se eu vivesse em Montevidéu ou em Praga teria essa mesma impressão.
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