quinta-feira, 25 de julho de 2019

Ferrugem



Depois de três livros, não tenho mais aquela ânsia de concluir algo. Aquela energia em excesso ficou para trás. Ainda gosto da inspiração e não desperdiço lampejos. Sigo registrando tudo que me é novo, como um turista japonês com sua insuportável câmera fotográfica.

Mas esse click parece pouco e, hoje, me dou ao luxo de burilar cada palavra, de desgastar cada palavra. Todo dia uma vírgula, um versinho.

Eu coloco no papel. Eu espero. Faço um mate. O texto fica lá, exposto a maresia. A ferrugem tomando conta. Até que o conjunto todo, o tal livro, começa a ter sentido.

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