quarta-feira, 15 de agosto de 2018
Saudade do Antônio Marcos ou Brega Como Tem de Ser
Não sei se as pessoas não sofrem mais como antigamente, mas antes as canções de Antônio Marcos tinham sentido e tocavam fundo. "Volte amor", "Por que chora a tarde", "Você pediu e eu já vou daqui", "Oração de um jovem triste", "Menina de trança".
As distrações eram poucas. Cabia ao sujeito remoer a dor nas madrugadas insones ao lado do radinho de pilha ao som dele e/ou fumando um cigarro com a janela aberta. Refletir. Repensar. Esperar... Porque não havia outro jeito.
Contudo, hoje, qualquer desatenção nos consome e vale a pena. Mata o tempo. Nos distancia do que de fato sentimos. Alimenta o torpor e o esquecimento. Enfim, mata também um pouco da gente, soterrados por tanta informação e estímulo.
É assim. Outro momento. Rádio já não tem mais. Pilhas muito menos. Antônio Marcos está quase esquecido. Vive, sim, mas escondido em um canto empoeirado do Youtube. Lá, o primeiro comentário diz assim. "Isso é que era música de verdade. Saudade desse tempo que não volta mais".
Certamente, um saudosista.
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