Eu vi o último suspiro do futebol arte brasileiro. Chamavam de "quadrado mágico". Tinha Kaká, R10, Robinho e Adriano. Às vezes, aparecia um já gordinho (e lesionado) Ronaldo Fenômeno no lugar de Robinho.
Os "entendidos" em futebol não compreendiam como era possível um time tão descompromissado taticamente (leia-se: faceiro) ganhar tantos jogos.
A resposta estava na qualidade, no dom daqueles moços. Mas pouco importam as respostas.
Atrás do quadrado, havia o cão de guarda Emerson e o lépido Zé Roberto (ninguém até hoje sabe qual era sua posição em campo, pois ele estava em todos os lugares). Para você ter uma ideia, Juninho Pernambucano era reserva, e também fazia de conta que era volante.
Também tinha Lúcio, o zagueiro mais veloz do mundo; Cicinho, o lateral que nunca marcou; Roberto Carlos, quase no fim, mas com a esquerda sempre calibrada; e o goleiro Dida, elástico, com seus 2,25 metros de altura.
Que time, meus amigos!
O resultado foi um "fracasso" na Copa de 2006. Perdermos por 1x0 para a França, de Zidane e Henry (um grande time), e não só fomos eliminados daquela copa, fomos eliminados para sempre. Na ocasião, o diagnóstico (de todos!) é que os jogadores faziam muita festa. Então, nosso futebol ficou sério (aqui é trabalho!), pois festa não combina com títulos.
Vencemos mais duas Copa das Confederações (2009 e 2013) e uma Copa América (2007). Comemoramos, afinal, ganhar é sempre bom. Entretanto, as vitórias foram opacas, paliativas. E o pior, que estava por vir, como uma lei de Murphy, veio.
Agora, depois de mais um revés (a eliminação para o Paraguai, pela segunda vez consecutiva na Copa América), o futuro de nosso futebol é nebuloso. A previsão é de tempo ruim. Muitos temem ficar fora, pela primeira vez, de uma Copa do Mundo. E o temor faz todo sentido.
Mas aqueles que viram aqueles mágicos (faz só 10 anos) não conseguem entender...
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