quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Bolsonarismo 2.0

Foto: Fred Magno/ O Tempo

As eleições acabaram. Por uma diferença de 2,1 milhões de votos, Lula foi o escolhido pela maioria dos brasileiros, no segundo turno. Jair Bolsonaro, que buscava a reeleição, saiu derrotado. Contudo, o Bolsonarismo seguirá vivo por um bom tempo. Mesmo o seu líder máximo não exercendo nenhum mandato. 

Esse período pós-eleições é uma prova disso. Os bolsonaristas mais fervorosos estão indignados. Alguns caminhoneiros bloquearam estradas, manifestantes de verde-amarelo bradaram palavras de ordem pelas ruas e influenciadores digitais e de imprensa cuspiram fogo. Afinal, ninguém gosta de perder. Ainda mais para seu algoz, o PT.  

É bem possível que essa fase seja reconhecida, no futuro, como Bolsonarismo 2.0. Movimento onde nem mesmo o presidente de 2019 a 2022 fez parte. Importante salientar que Bolsonaro – demorou, mas – já admitiu a derrota nas urnas, está promovendo a transição com o governo petista e pediu o fim de protestos violentos ou que bloqueiam rodovias.  

Porém, o Bolsonarismo 2.0 não está nem aí para os fatos. Sua horda, inclusive, superou Jair Messias. Esse neobolsonarismo decodificou, via grupos de Whats App, o discurso de seu mito e entendeu o contrário – como se ouvissem um disco de trás para frente em busca de uma mensagem subliminar.  

O bolsonarista 2.0 é complexo e merece ser estudado. Se diz democrata, mas foi para frente de quartéis do Exército pedir um golpe anti-democrático. Eles também juram que agem pela liberdade. Entretanto, vibraram com caminhões impedindo o direito de ir e vir das pessoas e prejudicando a economia do país. Logo a economia, que era o bem mais precioso – não a vida – durante a pandemia, segundo os próprios.  

A complexidade segue. Fomos criados com a máxima do "prevenção é o melhor remédio". O candidato a governador do Rio Grande do Sul, Onix Lorenzoni, um bolsonarista 2.0 que também perdeu nas urnas, atualizou o ditado. Para ele, “melhor vacina que existe é pegar a doença”, afirmou categoricamente em um debate, se referindo a covid-19 que ceifou quase 700 mil vidas no Brasil. Ou seja, ficar doente é o melhor remédio.  

Como foi dito, é tudo muito complexo, pois não há o que não haja.


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