A pandemia não foi pouca coisa. Uma tragédia histórica. Mais de 666 mil mortes no Brasil. Tinham dias, antes de surgir a vacina, que eram contabilizados mais de 4 mil mortos oficialmente – conforme dados do Ministério e Secretarias Estaduais de Saúde. Os corpos eram jogados em valetas a céu aberto. Uma cena tétrica que nós, vivos, levaremos para sempre. Porque esses corpos eram de pais, mães, filhos, parentes, amigos.
Contudo, a fé na ciência fez surgir a vacina. Ela se disseminou em massa país afora e as vítimas fatais da Covid-19 foram reduzindo drasticamente.
A lamentar – e, infelizmente, lembrar sempre para que não se repita – convivemos com a sanha insistente do negacionismo. Uma onda de maldade e desinformação que despejava mentiras em larga escala nas redes sociais, colocando em dúvida a eficácia dos imunizantes.
Por causa disso, milhares não se vacinaram e, como consequência, morreram por acreditar em fake news. No período onde as vacinas já eram uma realidade, muita gente seguia internada e lutando pela vida porque se negou a se vacinar.
Segundo um estudo brasileiro, com publicação no exterior, os não vacinados representaram 75% das mortes por Covid-19, nos primeiros dez meses de 2021.
Esse povo todo acreditou em quem? Qual a pessoa que mais representou o negacionismo nacional? Que figura pública acreditou que contribuiu positivamente com a sociedade colocando sigilo no ato de ter se vacinado ou não? Qual presidente mundial não tem uma única imagem se vacinando para servir de incentivo à população?
A resposta é Jair Bolsonaro.
Não há como descolá-lo desse desastre de má-fé pelo qual passamos. Por esse motivo – que é gravíssimo – dar a ele um voto de confiança para ser reeleito presidente seria um absurdo.
Há quem enxergue algumas qualidades em sua gestão em outras áreas. Entretanto, não levar em conta sua desastrosa atuação durante a pandemia na hora de decidir o voto é um grande equívoco.
Foram dois ministros da Saúde, médicos de formação e ambos pró-vacina, constrangidos a aderirem a um suposto tratamento precoce. Houve demora na compra dos imunizantes. Ampla divulgação institucional de falsos tratamentos e medicações durante toda a pandemia. Entre outros tantos exemplos ruins que fizeram o Brasil virar manchete negativa no mundo.
Não se trata de ódio. Não se trata de ser anti alguém. É sobre ter consciência que a pandemia não foi somente uma gripezinha que enfrentamos e, sim, um dos maiores traumas do nosso tempo.
Aliás, uma dor que devemos superar para seguir vivendo. Assim como devemos superar o período que tivemos Bolsonaro em Brasília.
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