sexta-feira, 29 de abril de 2022

O Ódio Como Tática Eleitoral


Na guerra fria da comunicação e do marketing político o ódio ao adversário sempre foi um fator preponderante. São estratégias de ataque pessoal que vão muito além de propagar os defeitos do outro para o eleitorado. 

A máquina de grande parte dos candidatos das eleições majoritárias opera e cria fake news, calúnias, injúrias e difamações em larga escala. Que se danem os fatos! O que importa mesmo, como em toda guerra de narrativas, é destruir o oponente.

Entende-se por oponente o político que está mais próximo, conforme as pesquisas e recortes do momento. Exemplos em nossa história não faltam. Só que esse tipo de estratégia pode abrir flancos para outros políticos crescerem, pois não é possível prender fogo a muitos inimigos ao mesmo tempo. 

Com isso, o eleitor pode migrar para outros candidatos. Em 2014, tivemos dois exemplos desse comportamento. Em nível federal, Marina Silva, uma das favoritas em pesquisas iniciais, ficou no caminho. Aécio Neves tomou seu lugar e perdeu para Dilma Rousseff por pouco. Já no RS, ocorreu o mesmo com Ana Amélia Lemos. Seu nome ficou desgastado e viu surgir a figura de José Ivo Satori, que venceu Tarso Genro.

Indiferente dos nomes e partidos envolvidos. O que fica claro é que as táticas seguem as mesmas. Com a popularização das redes sociais, elas estão mais agressivas nesse ano. Uma das tantas reflexões que se fazem necessárias está na máxima de que ódio só gera ódio. 

As pessoas não querem apenas não gostar de alguém. Quem vota, mesmo com número de votantes em queda, também quer se engajar, crer em propósitos e, principalmente, ter expectativas de mudanças para melhor. 

Então, que tenhamos uma eleição propositiva. Porque o país e o estado precisam de menos ódio e mais soluções reais para seus problemas. 

--------------

Artigo publicado no jornal Diário de Canoas, dia 27 de abril de 2022.

Nenhum comentário:

Postar um comentário