domingo, 27 de setembro de 2020

Flannery O’Connor – Sobre a Autora


Flannery O’Connor nasceu em Savannah, cidade do estado americano da Geórgia, em 25 de março de 1925. Criada no seio de uma família católica, não saiu de sua cidade natal até sua adolescência, quando perdeu o pai para o lúpus, mesma enfermidade que, em 3 de agosto de 1964, tiraria sua própria vida.

Tendo se formado em Ciências Sociais pelo Georgia State College for Women, onde atuou como editora de dois periódicos – uma revista dedicada à literatura e outra, às artes –, Flannery conseguiu, em 1946, vaga na célebre Oficina de Escrita Criativa da Universidade de Iowa. Neste mesmo ano, teve publicado seu primeiro trabalho: o conto “O gerânio”. No entanto, embora Flannery viesse a ser reconhecida como uma das principais contistas da literatura americana, seu primeiro livro foi um romance: Sangue sábio, de 1952. A ele seguiram-se o célebre Um homem bom é difícil de encontrar, coletânea de contos de 1955, e o romance O céu é dos violentos, de 1960. Em 1965, publicou-se ainda um volume póstumo de contos inéditos: Tudo o que sobe deve convergir. Também vieram a público, após o falecimento da autora, suas cartas, algumas de suas críticas literárias, outros texto em prosa e seu diário de orações. 

Um dos expoentes do chamado “gótico sulista”, Flannery retrata em suas obras a decadência do Sul americano, as complexidades da relação entre homem e Deus e a aridez dos tempos modernos, bem como a tendência do homem à brutalidade e à perversidade num mundo necessitado da graça divina. No entanto, mescla a tudo isso certos traços grotescos e excêntricos, mas também dotados de um humor peculiar. Curiosamente, a mistura de elementos tão incomuns fez com que fosse conhecida por seu... realismo. Um realismo todo seu, é bem verdade. 

Quando confinada a um leito de hospital, poucos dias antes de morrer de lúpus, Flannery ainda se dedicava a revisar e modificar seus originais. A cena serve como ótimo exemplo do quanto Flannery dava de si à literatura, e isso o leitor não deixará de percebê-lo nas páginas de suas obras.     


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