quinta-feira, 22 de novembro de 2018

O Homem que Conserta Máquinas de Escrever - Seu Ibanez Flores


Depois de ir buscar a Olivetti da amiga Priscila Ely, voltei na loja e oficina do Seu Ibanez Flores, Centro de Porto Alegre. O homem que conserta máquinas de escrever. Muita história. Num canto, uma das máquinas recém arrumadas tem mais de 96 anos. Preta. E como brilha! As peças, até mesmo as miúdas, tiveram que ser cromadas. Noutro lado, uma que passa de cem anos sendo cuidada aos poucos. Tem até uma laranja. Chama a atenção. A história é curiosa. A dona pagou uma parte e nunca mais voltou pra buscar. Ele foi atrás. Não a encontrou. São quatro anos de sumiço. Pergunto se ele quer vender. "Não posso. Vá que ela volte". Flores trabalhou no Correio do Povo e Zero Hora. Era o responsável pelo setor de manutenção dos equipamentos, então fundamentais para colocar os jornais na rua. "Na Zero Hora tinham 2.5 mil máquinas de escrever. Nossa equipe trabalhava sem parar", disse. No fim, o homem confidenciou. Está cansado. Passou dos 80 e quer desistir do negócio e aproveitar um pouco a vida. Porém, teve a precaução de deixar o legado para dois colegas e amigos. Ambos, mais novos que ele. "Mas são velhos também! O mais jovem tem quase 60. Se eu bater as botas, eles assumem", brincou.

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