Um drama sobre refugiados. Sobre barbárie e esperança. O Tempo do Lobo, filme de 2003, dirigido por Michael Haneke.
Abaixo, a carta que a personagem Ana escreve a seu pai.
Querido papai,
Agora, que encontrei caneta e papel preciso te escrever. Tanta coisa está acontecendo e não há ninguém a quem eu possa falar. Eu não sei se você pode ver, ou ouvir, ou ler isso, ou mesmo se você pode sentir qualquer coisa. Mas quero tanto acreditar que você pode. Meu muito querido papai... É tão difícil colocar isso em palavras quando não há ninguém a quem falar. Parece que estou sufocando. Você poderia perguntar, por que não falo com Benny ou a mãe. Mas eu não posso. Você saberia disso, se estivesse aqui. Tenho de pensar em cada palavra que digo a mamãe, porque senão ela pode ter um colapso. Suas mãos estão sempre tremendo e eu não posso ajudá-la. Eu não acho que Benny possa entender, como você pode entender, papai. E também tem esse menino. Eu poderia falar com ele. Mas ele age com tanto orgulho e é como se ele não se importasse com nada. Mesmo que eu saiba que não é esse o caso. Deve estar parecendo muito confuso para você. Mas essa é a principal razão porque eu estou escrevendo. Minha esperança é que, por escrito, isso faça sentido. Eu quero contar para você uma coisa, depois outra. De modo que você possa entender a vida que estamos levando.
Mais sobre o filme - http://cinefilosconvergentes.blogspot.com.br/2012/03/tempos-de-lobo-2003.html
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