Dando uma folheada em meu caderno de rascunhos, consigo ver nitidamente quanto tempo eu perco tentando adiar, inevitavelmente, o esquecimento. Que utopia! Que bobagem essa que me leva a escrever, mesmo doente, mesmo cansado, mesmo desiludido.
Não adianta abrir o peito, puxar as tripas e despejar tudo. Há um limite que não se mostra de cara, que não se faz sentir. Eu tenho ciência disso e, mesmo assim, insisto. Chegará a hora que o papel não aceitará tudo.
O tempo, simplesmente, vai soterrar a memória.