Era início de namoro. Uma das primeiras vezes que visitava a casa dela e de sua mãe. Então, prontamente me ofereci para lavar a louça. Enquanto tirava o sabão de uma caçarola, cantarolei um trecho de "Ainda queima a esperança". Uma canção lindamente brega.
Cantei porque estava feliz. Cantei porque de fato amava. E quem ama de verdade, não tem amarra alguma. Faz dessas sem pensar nas consequências. Minha namorada chegou na cozinha e disse assim.
- Meu Deus, que coisa brega! Da onde tu tirou isso?!
- Diana. Conhece?
- Claro que não!
Aí, a mãe dela entrou em cena. E seguiu da onde eu havia parado de cantar. Rimos um bocado. Cantamos juntos os versos que restavam. E depois emendamos outras tantas camções consideradas bregas. Cada um escolhia a sua. E assim o dia foi transcorrendo. Com três pessoas felizes, cantando.
Lembrei disso, porque Diana morreu. E é bem provável que não tenha tido reconhecimento, sucesso ou outras conquistas que os artistas, às vezes, buscam.
Contudo, isso é uma bobagem. Não existe missão para um artista. Mas, se por acaso existisse, Diana certamente cumpriu a sua naquele dia que já não volta mais.
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