sexta-feira, 27 de maio de 2016

Novo Livro - O Ano dos Mortos


Pessoal,

Saiu meu segundo livro, O Ano Dos Mortos (poesia), editora Bartlebee. A capa e a edição, por Daniel Valentim, estão no capricho. Deu trabalho e gostei do resultado.

Espero que vocês curtam também. Logo, logo estará à venda no site da editora. Mas é possível adquirir comigo. R$25 pessoalmente e R$30 via Correios (para todo o Brasil).

Outras informações por email lsbarroso84@gmail.com ou via Facebook https://www.facebook.com/lucasbarroso84

Apresentação

"Então, será esse o Ano dos Mortos? O que será esse Ano dos Mortos? Um atropelo lírico nos amontoados modorrentos dos dias comuns. Lucas Barroso escreve como se as “belas e sujas” coisas, finalmente encontrassem seu destino, surgindo no seu papel em branco. Uma antevisão através das perdas, das palavras-bombas, explodindo em cada verso.

Nesse Ano, o desses Mortos, ganhar ou perder não tem importância, o que realmente importa é seguir a trilha traçada no meio dessa cidade, imensa de silêncios, como um rasgo na “face ruborizada” de quem se atreve a seguir os passos do autor.

Em tempos de buscas e procuras desenfreadas e desesperadas para breves e poucas respostas, parar e ler Lucas Barroso é um exercício de ressignificação, de treinar o olhar para o que realmente importa, o que realmente anda pulsando, inquietante, assombroso grito silencioso desse Ano dos Mortos".


Adalberto Souza é escritor e psicólogo. Autor dos livros de poesia "Contando Solidões", "Das Coisas Que Esquecemos Pelo Caminho" (Prêmio Lego Ufal/2011), "Fantasmas Não Andam de Montanha Russa" e "Toda Aquela Inevitável Pressa De Te Dizer Nada".





quinta-feira, 19 de maio de 2016

Vagabundos Iluminados


Esse papo que artista é tudo vagabundo não deve ser em tom de ofensa ou má fé. Não pode ser. Estou entendendo tudo errado.

Deve ser porque artista não bate ponto e não tem carteira assinada. Deve ser porque artista é um ser livre. Só pode.

Pois quando solidão aperta ou quando as portas se abrem ou quando os caminhos estão turvos, são esses vagabundos que estendem a mão. São esses vagabundos que iluminam tudo.

Feliz do povo que cultiva essa gente. Feliz do povo que valoriza esse bando de vagabundos.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Livro Novo No Forno - Um Silêncio Avassalador


Então, é o seguinte:

Meu livro de contos, Um Silêncio Avassalador, vai ser publicado pela Editora Moinhos, que é coordenada pela Camila Araujo e Nathan Matos. Dupla que entende do riscado e também é responsável pelo reconhecido site Literatura BR.

Agora, estamos naquela fase de edição, criação de capa e tudo mais. Quando tiver mais informações, aviso a todos.

Site da editora - http://editoramoinhos.com.br/

terça-feira, 3 de maio de 2016

O Pouco Que Satisfaz


Não tem solução. Alguns, só leem manchetes. Uma frase basta. Que trabalho árduo informar hoje em dia!

E a culpa é nossa. Nossa mesmo, sem hipocrisia (sou um dos culpados, sim!). Nós que vamos empacotando tudo. Resumindo. Triturando pra caber em cápsulas para serem digeridas em jejum.

Não é só o jornalismo. São os poemas no Twitter. São os filmes de 10 segundos no Snapchat. São os resumos dos livros baixados para passar de ano.

Essa pressa em ter mais. Em ler mais e pior. É a sina de nosso tempo. E nos faz um mal danado.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

O Coração É Um Caçador Solitário - Trecho


Trecho do livro O Coração É Um Caçador Solitário, da escritora norte-americana Carson McCullers (1917-1967).

(...)

Já era tarde quando ele deixou o terreno baldio. O céu duro e azul empalidecera e no leste via-se uma lua branca. O crepúsculo suavizava as silhuetas das casas ao longo da rua. Jake não voltou logo pela Weavers Lane, mas vagueou pelas vizinhanças próximas. Certos cheiros, certas vozes ouvidas à distância faziam-no parar de chofre de vez em quando à beira da rua poeirenta. Andava sem destino, mudando de direção sem qualquer sentido. Sentia a cabeça muito leve, como se fosse de vidro fino. Operava-se nele uma mudança química. As cervejas e uísques que armazenara tão continuadamente sem seu sistema provocavam uma reação. Era atingido de raspão pela embriaguez. As ruas, que haviam parecido tão mortas antes, fervilhavam de vida. Uma faixa de grama irregular bordejava a rua, e enquanto ele andava o chão parecia subir-lhe em direção ao rosto. Sentou-se na grama e encostou-se num poste telefônico. Ajeitou-se confortavelmente, cruzando as pernas à moda turca e alisando as pontas do bigode. As palavras ocorriam-lhe e ele dizia sonhadoramente em voz alta.

- O ressentimento é a flor mais preciosa da pobreza.

Era bom falar. O som de sua voz dava-lhe prazer. Os tons pareciam ecoar e pairar no ar, de modo que cada palavra soava duas vezes. Ele engoliu em seco e umedeceu a boca para tornar a falar. De repente, sentiu vontade de voltar ao silencioso quarto do mudo e falar-lhe dos pensamentos que lhe cruzavam a mente. Era uma coisa esquisita querer falar com um surdo-mudo. Mas sentia-se solitário.

(...)