Uma das maiores pragas do mundo moderno (e virtual) são os escritores independentes, infectados pela tal Literatura Independente.
Eles não têm mais fronteiras. Não necessitam mais pedir licença ou bater de porta em porta ou fazer malabarismo com folhas A4 no sinal. Agora, eles simplesmente invadem o espaço alheio com seus egos de pobre e despejam suas histórias estranhas, bizarras. Quer queira, quer não queira.
Um exemplo. Você está no metrô ou no ônibus, quase dormindo, e aparece um deles, nitidamente infectado, nojento, pedindo só alguns minutinhos de sua atenção. São muito inconvenientes. A sociedade não sabe o que fazer com eles. Em grandes eventos, como feiras literárias, simpósios, colóquios, etc, eles são varridos para longe. Afinal, ninguém suporta tanto fedor e imundície.
Então, todos se perguntam: onde estão as iniciativas governamentais para abrigar esse tipo de gente? Ninguém sabe, ninguém sabe...
No princípio, muitos morreram de Literatura Independente. Entretanto, com o tempo e o avanços médicos, as vacinas ficaram mais fortes e já é possível sobreviver. Lógico, há diversas limitações. Não é uma vida fácil. Nenhum pai, que tenha juízo, quer ver seu filho sofrendo disso.
Aos doentes – muitos acabam, infelizmente, propagando essa praga – cabe conviver com essas limitações. É um consolo, talvez, o único.