- A história do teu livro parece com a daqueles livros que tem nos sebos, sabe?
- Aham, sei - respondi.
Acho que dá pra considerar um elogio...
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Um Flit Paralisante Qualquer
Eu tinha que estar ouvindo as notícias. Estar por dentro das novidades. Mas, volta e meia, eu desisto de jogar o jogo. E coloco um disco velho do Barão pra tocar. “É mais uma fuga”, você diria, se estivesse aqui.
A cidade está em chamas. E eu continuo perdendo um tempo danado longe de você...
A cidade está em chamas. E eu continuo perdendo um tempo danado longe de você...
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
No Fundo, É Pra Agradar Mesmo...
- Não estou nem aí para os outros, para a crítica. Escrevo pra mim. Se gostarem tudo bem, se não gostarem que se foda.
- Sei...
- Eu já te disse que não escrevo para agradar ninguém!
- Então, por que você publica? Por que você tem blog, facebook e essas coisas na internet?
- É... Talvez, eu queira agradar.
- Claro, que você quer agradar! Você é um merda e escrever é única maneira de você achar que é um super herói.
- E não sou?
- Pode até ser... Tem um monte de super herói que não serve pra nada por aí.
- Sei...
- Eu já te disse que não escrevo para agradar ninguém!
- Então, por que você publica? Por que você tem blog, facebook e essas coisas na internet?
- É... Talvez, eu queira agradar.
- Claro, que você quer agradar! Você é um merda e escrever é única maneira de você achar que é um super herói.
- E não sou?
- Pode até ser... Tem um monte de super herói que não serve pra nada por aí.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
A Cena Literária de Porto Alegre
Basta passar os olhos por qualquer premiação literária, que
você verá escritores de Porto Alegre: Portugal Telecom, Jabuti, Revista Granta...
E em todos os gêneros possíveis. E não são poucos concorrendo! A literatura
produzida aqui tem visibilidade, tem infraestrutura, tem público e, obviamente,
tem qualidade. Há uma cena cultural autossustentável, com eventos, feiras e
cobertura midiática.
Mas também há um perfil comum a maioria desses escritores. O
que é curioso em uma capital que se diz, e se vende como, intelectualizada. Uma
olhada mais atenta e é possível perceber as peculiaridades de nossos escritores
mais conhecidos. Todos os jovens autores, por exemplo, passaram por oficinas
literárias (existem aos montes e já se tornaram quase obrigatórias), estas
ministradas por escritores mais tarimbados no mercado, como Carpinejar, Assis
Brasil, Cintia Moscovich, entre outros. O escritor “recém-formado”, portanto,
recebe um carimbo de seu tutor (que também se promove com isso, obviamente),
atestando a qualidade e o potencial do pupilo. Em muitos casos, talvez a
maioria deles, justificadamente.
As editoras, cientes desta indicação qualificada, publicam as
promessas. E assim, nasce um “jovem autor” em Porto Alegre. Terão outras etapas
cruciais para o jovem autor se dar bem. Mas, antes, existe um outro fator
relevante para compreender esse processo. Os “autores velhos”, os tais
tarimbados que ministram oficinas, em sua imensa maioria, estão atrelados ao
jornal Zero Hora, que é do Grupo RBS, este afiliado a Rede Globo. E aí está a
segunda curiosidade: todos possuem espaços de opinião no principal jornal da
cidade, com colunas fixas ou artigos no Segundo Caderno (espaço cultural). Aí,
que o círculo se fecha. Um, o jovem, começa com a bênção do outro, o velho, que
se mantém vivo na cena porque apresenta seus iniciados ao mundo. E a roda segue
girando... No fundo, não há problema algum nisso. Todas as cenas culturais se constroem
mais ou menos dessa forma. É o que, popularmente, chamam de “panelinha”, um
grupo restrito e formado só por amigos.
O que é preocupante são os outros veículos, os concorrentes
da Zero Hora. Estes, de forma bizarra, são pautados pela ZH! É impressionante.
Uma ação sem cabimento, nem noção: divulgar, ou reforçar, o que o líder de audiência
publica. O resultado é que os autores carimbados que tem espaço na ZH,
inevitavelmente, terão repercussão na concorrência. E assim a cena de uma
cidade toda se resume aos indicados por um jornal...
Não esquecendo as próprias políticas públicas que, além de
serem raras (as verbas para cultura sempre ficam em último plano), também resvalam,
incrivelmente, a esse público cativo. Basta verificar as premiações do município
e do estado, ambas, em sua maioria, contam com autores que tem grandes editoras e ampla visibilidade
nessa tal cena.
Acaba que, ninguém, nessa indústria cultural toda busca a
novidade. A exceção são os autores que dão as tais oficinas, pois estes
necessitam no sangue novo para viver. A cena, então, apenas se limita ecoar o
discurso de um jornal. O resultado disso, é a percepção, principalmente em quem
gosta de livros, que os autores ausentes desse processo midiático, não existem.
Aquela coisa de buscar o novo, o diferente, o exclusivo, que sempre alimentou os
jornalistas e os cadernos culturais, não existe em Porto Alegre. Essa uma
triste constatação.
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