O gato que se chamava Rex e pedia respeito
Livro infantil dá
lição de tolerância para a garotada
Jeison Silva
Rex é um nome clássico de cachorro. Mas quem disse que gato
não pode ter esse nome? O livro infantil "Um gato que se chamava
Rex", do escritor Lucas Barroso, faz desse pequeno deslocamento sígnico
uma metáfora para a complexidade da vida. Uma questão e tanto para a criançada,
nesses tempos estranhos: discute intolerância e incentiva o respeito às
diferenças (e não se limita a questão de gênero). A publicação da Editora
Moinhos é ilustrada por Humberto Nunes e será lançada na Feira do Livro de
Porto Alegre em 9 de novembro, às 19h30, na Praça de Autógrafos.
O autor jornalista veio matutando a ideia desde o lançamento
do livro de contos "Um Silêncio Avassalador" (2016). O nascimento do
primeiro filho, Murilo, foi o que inspirou o escritor adulto a conversar de
novo com o mundo infantil, uma espécie de reencontro consigo mesmo. "Foi
uma dupla descoberta, aprendi a ser escritor e a ser pai", brinca. "O
Rex é um personagem carismático, fácil de se apresentar numa contação em
escolas, aproximará filhos e pais". Em um dos trechos de maior lirismo e
sabedoria, o narrador de "Um gato que se chamava Rex" como que faz um
alerta ao futuro adulto: "A vida tem uma porção de coisas que a gente não
entende bem. Muitos mistérios, segredos e surpresas ao longo do caminho.
Algumas vezes, fica difícil explicar ou compreender o que acontece". O
livro pode ser talvez a primeira grande reflexão de um menino ou menina, uma
filosofia que persistirá para toda a vida.
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Matéria publicada na edição impressa do Diário de Canoas, caderno Variedades, dia 2 de novembro de 2018.
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